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“O Lulu é uma criança com uma síndrome rara! A síndrome de Jacobsen. Ela cursa com atraso no desenvolvimento e defeitos congênitos. Mas a história de Lulu não é triste. Ao contrário, a história de Lulu é cheia de amor e arte”. É assim que a Manuela Tasca, mãe do Luca, começa o perfil @artespralulu.
Manu descobriu que o Luca era uma criança bastante visual quando ele começou a se comunicar por gestos: como não tinha o recurso da fala até os quatro anos, ele optou pelos sinais quando queria falar alguma coisa. Os dois criaram então uma linguagem própria e ela passou a usar outros meios, como a fotografia: “Eu andava com uma maquininha, ia retratando o dia a dia dele e usava esse recurso para melhorar a nossa comunicação”.
Com o tempo, a fotografia não funcionava mais para todas as questões, como para explicar os sentimentos, por exemplo. Foi aí que a Manu teve a ideia dos desenhos: “Fazia desenhos muito simples e dentro da minha capacidade”.
O mais curioso de tudo isso é que a Manu não trabalha com arte, ela é cardiologista. Sempre gostou das artes e nunca foi uma das piores quando o assunto era desenho, mas nunca se desenvolveu na área. Quando percebeu que os desenhos tinham um efeito positivo no desenvolvimento do filho, passou a se dedicar a eles: “Comecei bem simples, buscando referências no Pinterest e no Google mesmo, sempre adaptando para a minha capacidade limitada”.
Durante muito tempo, as criações ficaram só entre mãe e filho. Apenas dois anos depois, as pessoas começaram a notar: “Nessa época estávamos muito apertados de grana, principalmente por conta das terapias do Lulu que eram muitas e caras. Então eu tive a ideia de colocar algumas das nossas artes à venda no Instagram. Conseguimos pagar algumas terapias e foi assim que o Arte pra Lulu foi se desenvolvendo”.
Hoje, ela cria os desenhos a partir do que observa e do que o Lulu pede: “Muitas vezes ele me faz encomendas de um monstro, um personagem, cria histórias e me pede para colocar no papel. São várias tentativas, algumas vezes acerto de primeira, outras vezes acabo fazendo várias versões para a mesma ilustração até que ele se apegue a uma”, comenta.
Quando perguntam sobre as cores, Manu é sincera: elas refletem o seu estado de espírito e humor naquele dia. Já tentou usar as cores com uma finalidade pedagógica e ensinar Lulu, mas isso não funcionou. Manu sabe que ele gosta de cores fortes e que muitas cores num só desenho confundem ele e eles não conseguem trabalhar: “Por isso, quando ilustro histórias para ele, tento usar preto e apenas uma cor de fundo para chamar a atenção. Parece funcionar melhor dessa forma”.
Para Manu, a arte deu o poder de comunicação para o filho e criou uma ponte entre o mundo dela e o mundo dele: “Foi a forma que eu e ele encontramos de estabelecer contato. Através da arte, eu ensino para ele como se comunicar na nossa língua e ele me ensina como ele pensa e aprende”.
Para acompanhar essa duplinha, se liga no Instagram deles: