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13 de junho, 2025 ARTISTA EM DESTAQUE

O MUNDO SEGUNDO GATITO

Felipe, conhecido como Gatito, é artista visual, ilustrador e muralista. O Gatito é o personagem que traz à tona o lado lúdico e verdadeiro do Felipe, que usa o desenho para se expressar com simplicidade e espontaneidade.

Nessa conversa, ele fala de onde vem, da sua relação com a arte desde pequeno, do que inspira seu trabalho e do que a criatividade significa para ele. Bora conferir na íntegra?

 

Qual a sua primeira memória com arte?

A primeira vez que eu usei o desenho para me expressar foi com 11 anos. Eu e dois amigos da escola desenhávamos histórias em quadrinhos. Lembro que a gente revezava esse caderninho e cada final de semana ficava na casa de alguém. A motivação de desenhar, naquela época, era a vontade, de certa forma, de ser um contador de histórias e também um criador delas.

 

Quando você percebeu que viver da arte era o seu caminho?

Desenhar, pra mim, se tornou um caminho quando eu pensei que o mundo ia acabar ali na pandemia, né? Na época do lockdown, eu pensei: “cara, eu preciso tocar um projeto, alguma coisa que eu curta e que valha a pena morrer fazendo, sabe? Foi aí que eu comecei a colocar minhas criações pra jogo, perdi o medo de mostrar o que eu tava fazendo pro resto do mundo.

Como é o seu processo criativo?

É no vapor do espelho do banheiro, no canto do caderno, enquanto estou falando no telefone com alguém. Os desenhos vão naturalmente saindo de mim e ganhando forma. É desenhando que eu sou capaz de ser levado a esse lugar lúdico, onde as coisas comuns se tornam divertidas e onde a minha ansiedade fica pequena.

Gosto dessa coisa do personagem, sabe, de desenho animado, desses dois mundos, o real e o lúdico. Faço ilustrações e desenhos com muita simplicidade, mas, como artista visual, eu já acredito que o desenho é uma forma de expressão mais singela, assim, espontânea, que pode existir.

 

A palavra “criatividade” te remete a quê?

A criatividade, ela tem que ir de espiritualidade. É muito divino essa coisa de você desenhar, conceber de forma livre. Ir lá no seu inconsciente, subconsciente e buscar imagens. E transformá-las ali no papel, ou na superfície que você está criando. Eu acho isso, também, muito divino.

O que você está lendo, assistindo ou ouvindo que tem te inspirado ultimamente?

Bom, hoje eu tô lendo uma série de livros de um filósofo sul-coreano chamado Byung-Chul Han. Ele tem várias obras, eu já tô numa obra chamada “A Expulsão do Outro”. Fala sobre a sociedade do cancelamento, sobre a intolerância que hoje em dia a gente tem.

Há uns meses, comprei uma vitrola e, na fase musical, eu escuto muito Milton Nascimento, acho ele um compositor fantástico, um artista muito completo.

Mas em muitos dias da semana, no audiovisual, eu tô assistindo a um desenho animado com a minha filha Rebeca. Ela tem três anos e o desenho que a gente mais gosta de ver é Bluey. É muito bem-produzido e um roteiro fantástico.

Para acompanhar o artista nas redes sociais, cola aqui: instagram.com/elgatitoart/.