Zine
Tudo nasce do amor
Ana Carolina, ou Ianna, seu nome artístico, é uma artista que se joga nas cores para se expressar. Nascida em São Paulo, mas moradora de Florianópolis – uma ilha que, como ela mesma diz, tem uma energia mágica que a inspira todos os dias, com suas cores e formas únicas – Ianna bateu um papo com a gente e contou como sua arte tem se transformado nos últimos meses.
Vamos do início: como começou sua história com a arte?
Desde pequena, o desenho sempre foi meu refúgio, minha brincadeira favorita. Eu me aventurava em muitas coisas, mas era no papel que encontrava a liberdade para ser eu mesma.
A vida me levou para o design gráfico e de produto, onde trabalhei por muitos anos. Mas, apesar de ser uma experiência importante, sentia que faltava algo. O verdadeiro ponto de virada aconteceu com a perda da minha mãe. Esse momento doloroso me fez repensar tudo e perceber que a vida é curta demais para não fazer o que amamos.
Decidi deixar o design e me dedicar totalmente à arte — aquela paixão que me acompanhava desde a infância. Hoje, vejo a arte como uma válvula de escape, uma forma de transformar minhas emoções em cores, linhas e personagens.
Onde termina Ianna e começa a arte, e vice-versa? Existe essa divisão?
Não existe separação. Eu e minha arte somos uma coisa só. Cada traço, cada cor, cada personagem é uma parte de mim, uma extensão do que sou e sinto. Quando estou criando, é como se estivesse desenhando a minha própria alma. É ali que me sinto mais verdadeira.
Ao longo dos anos, o seu estilo/arte foi mudando, né? Quer falar um pouco mais sobre isso?
Sim, minha arte evoluiu junto comigo. No início, meus desenhos eram simples, com linhas puras em uma única cor. Era uma forma de me expressar de maneira direta.
Com o tempo, a vida foi pedindo mais cor, mais intensidade. Hoje, meus trabalhos são uma explosão de cores e sentimentos. Descobri que, assim como a vida, a arte precisa ser vibrante, cheia de energia e emoção. Continuo trabalhando com desenhos de apenas uma cor, mas minha preferência são os coloridos.
Qual foi a melhor coisa que o seu trabalho com arte te proporcionou?
Sem dúvida, a conexão com as pessoas. Saber que minha arte trouxe alegria, conforto ou até alívio para alguém em um momento difícil é uma das maiores recompensas.
Além disso, a arte me deu a chance de ser exemplo para o meu filho, mostrando que é possível viver do que se ama. Também me abriu portas para trabalhar com produção cultural, algo que me permite criar experiências que unem pessoas através da arte.
Se você pudesse escolher uma palavra para sintetizar a sua arte, qual seria?
Amor. Tudo o que faço nasce do amor — pelas pessoas, pelas cores, pelas histórias e pela minha própria jornada. É o amor que me move, e quero que ele alcance cada pessoa que cruza com a minha arte.
De onde vem a inspiração para criar?
Minha maior inspiração é o meu filho. Ele me lembra todos os dias que o mundo ainda pode ser um lugar mágico, cheio de possibilidades.
Outra grande inspiração vem da dor. A perda da minha mãe me ensinou que a vida é breve e que precisamos vivê-la intensamente. Esse momento me deu coragem para voltar a desenhar e seguir o meu propósito.
Também acredito profundamente que a arte salva vidas. Ela me salvou, e eu vejo a criação como uma forma de cura – tanto para mim quanto para quem interage com o meu trabalho.
O que os “personagens” das suas artes representam?
Meus personagens são parte de mim, mas também das pessoas que cruzam o meu caminho. Elas me inspiram a criar novos mundos e figuras, cada uma carregando um pouco da alegria, força, saudade ou amor que compartilham comigo.
Esses personagens formam um universo onde cada traço acolhe e abraça. Eles são um lembrete de que, mesmo em meio ao caos, sempre há espaço para um sorriso colorido e um momento de conexão genuína.
Pra ver a arte dela de pertinho, cola no Instagram: instagram.com/iannacconearts/.