Zine
Cola, papel e ação!
Quando tudo acontece dentro da gente, o caminho para dar vazão ao que sentimos se torna essencial.
A Jéssica Oliveira conversou com a gente lá de Limeira (SP) e compartilhou um pouco da sua rotina como artista, o que inspira o seu processo criativo e sobre o que fala a sua arte.
Quando a sua paixão pela arte começou?
Desde a infância, tive a influência dos artesanatos que os meus pais produziam: meu pai com madeira, minha mãe com crochê e pintura em tecidos. Sempre gostei de estar por perto, ver como funcionavam as coisas e ainda arriscava fazer algo. Mas, posso dizer que minha primeira paixão no universo das artes foi no teatro, como atriz. Sempre gostei dos adereços, cenários e figurinos que aquele mundo oferecia e, a partir daí, optei pela graduação em Artes Visuais, onde vislumbrei outras possibilidades e passei a trabalhar com materiais têxteis. Aliás, adoro inserir esse material nas minhas colagens.
O que te influenciou a seguir o caminho artístico?
Como qualquer pessoa, eu sempre tive o pensamento de trabalhar com algo que eu realmente gostasse e que fizesse sentido na minha vida. Depois de descobrir minha paixão pela arte, não me vi seguindo qualquer outro caminho que não fosse esse. Então, já que nosso tempo é precioso e que só se vive uma vez, escolhi ser teimosa e seguir esse caminho cheio de obstáculos, muitas vezes desvalorizado, mas que é imensamente prazeroso e que vale a pena seguir.
Qual é o maior aprendizado que a arte te proporcionou?
Ser gentil comigo mesma. Cada composição é um momento de olhar para dentro, ter o meu “respiro” e expressar o sentimento que está fluindo naquele instante.
Quais são suas inspirações?
Uma frase da artista Joana Vasconcelos que me identifico muito é “o que me move, o que me faz criar, é a vontade de viver”. Eu tenho essa vontade. Tudo o que está ao nosso redor me inspira, desde as coisas mais triviais, como os momentos do dia a dia, música, livros, filmes, exposições… Tudo isso e muito mais dá significado à vida. Dentro desse mundão, tudo é uma possibilidade para fazer arte, basta ter um olhar mais atento.
Como é o seu processo criativo?
Gosto muito de andar com um sketchbook embaixo do braço e rascunhar sem pretensão, ir criando formas abstratas em cada movimento da mão, naturalmente, como se fosse uma dança no papel. É aí que eu me deixo levar. Meu processo criativo passa também pelo recorte de uma pintura figurativa que eu tento remoldar, inserir formas e rabiscos (com POSCA) e, assim, trazê-la para o meu “mundo abstrato”, dando a ela um novo aspecto nesse universo contemporâneo.
Por que colagens?
As colagens surgiram de um exercício que eu estava preparando para uma aula de arteterapia com um grupo de idosos. Me identifiquei logo de cara, trouxe essa ideia para meus trabalhos e não parei mais. Além disso, a colagem é um estilo artístico que está ao alcance de todos. Arte não é só pra se fazer. É também pra ser democrática, pra se propagar.
A Jéssica existe sem a arte?
A arte traz leveza e alegria, é meu combustível. Eu até vivo sem algumas coisas, mas ficar sem criar, sem vivenciar e sentir arte, pra mim, é impensável.
Como exercitar a criatividade?
Acredito que não há uma receita única. Cada um se exercita com aquilo que vai vivenciando, experimentando. A única coisa que não pode faltar é se abraçar à liberdade, se permitir, usar o que tem em mãos e digo isso principalmente com os materiais. Experimentar até a mágica acontecer.
Para conhecer mais sobre o trabalho dela, corre pro Instagram: instagram.com/jessiarte/.