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3 de fevereiro, 2023 ARTISTA EM DESTAQUE

O poder do encantamento

 

No ritmo da música e no calor da cultura, Gidé criou o que é: uma mistura de amor, quentura e muita arte.

É com ele que conversamos na última semana e descobrimos que ser artista é muito mais do que a vista alcança: é conhecer novos universos, é coisa de gente grande — grande de amor, de cultura e de expressão.

 

Quando a sua história com a arte começou?

A arte me visita desde que me entendo por gente! Me visitou muito novinho, com lápis hidrocor barato e papel pautado; na adolescência, pintando panos de prato para a minha mãe; e durante a faculdade de engenharia (quando eu, bolsista, conseguia comprar todos os materiais que sempre sonhei). Foi bem aqui, na verdade, que comecei a relação mais calorosa com a arte e que só evoluiu.

Em 2017, eu decidi abandonar o curso de engenharia para começar a viver como ilustrador e designer gráfico. Aqui, eu comecei a estudar sobre aquarela, lápis de cor e uma penca de materiais e técnicas até chegar na ideia de criar o @gideismo no Instagram, onde eu apresentaria minhas criações ao mundo!

Com o passar do tempo, desenvolvi minha assinatura artística e visual mimetizando a xilogravura na ilustra digital. Já são cinco anos de gideismo e muita arte.

Quem e o que te inspira?

Meus professores me colocaram em contato com coisas como: literatura de cordel, lendas e folclore, xilogravura, arte etc. Deste modo, são responsáveis por muito do que eu construí, me inspiraram demais! O Nordeste é uma fonte de inspiração que basicamente norteia quase 100% do que eu crio. Mesmo que não pareça visualmente, sempre tem ali algo do meu Nordeste, seja uma história, uma lenda, um artefato ou mesmo algum familiar.

Quando o assunto é arte e/ou artistas, Frida Kahlo me empresta muito do seu modo de olhar para si, afinal eu também sou muito sozinho e sou o assunto que mais conheço. A música para o meu processo é tão importante que, quando olho alguma ilustra ou criação, eu sei na hora o que estava ouvindo naquele momento e isso é assustador, pois às vezes coisas tristes se materializam em forma de arte por inspiração de uma música. Neste aspecto, Luiz Gonzaga tem músicas que pegam na minha mão e me fazem criar, músicas antigas de forró me emocionam muito, Alceu, Geraldo Azevedo. Também me inspiro com outros ritmos e cantores, em outros idiomas, por exemplo.

Além disso tudo, os livros do Austin Kleon, o Instagram e o Pinterest são canais que me ajudam a criar.

Muita coisa me inspira, sobretudo o que me faz soltar um suspiro fundo e pesado. Seja um desfile de moda, um episódio de uma série, um detalhe em um rosto, tudo pode me inspirar a criar.

Para você, arte é…

É uma sensação, uma experiência. Descrevendo, seria quando eu involuntariamente solto um suspiro profundo e imediatamente sinto vontade de rabiscar, de escrever ou de pintar. Tudo que me faz sentir assim, é arte! Sempre algo que me emociona, seja em qualquer âmbito, mas me faça querer criar também.

 

O que não pode faltar no seu processo criativo?

No meu processo criativo tem que ter um meio de rabiscar sempre ao meu alcance, um papel ou o tablet (mas prefiro papel), um meio de pesquisa para enriquecer minha criação e também tempo. Nada cronometrado, mas preciso ficar lá no meu canto o tempo que precisar.

 

Qual é o maior aprendizado que a arte te proporcionou?

Valorizar minha cultura e propagá-la!

 

Para saber mais sobre o trabalho do artista, corre para o Instagram: instagram.com/gideismo/.