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15 de março, 2024 ARTISTA EM DESTAQUE

Folha viva do Baobá

A relação entre a arte e o Bakari sempre existiu, mas foi observando as árvores que a criatividade do artista paulistano começou a fluir naturalmente. Hoje, os elementos da natureza são parte fundamental de seu trabalho.

No nosso bate-papo, o artista nos conta mais sobre como está sendo a sua jornada com a arte e como isso impactou sua vida, seu modo de observar o mundo e até mesmo suas relações familiares. Confira abaixo!

Quando e como começou sua história com a arte?
Minha jornada tem suas raízes profundamente entrelaçadas com a arte, graças aos meus pais, que são artesãos. Cresci imerso em um ambiente repleto de materiais artísticos, mas foi a POSCA que se tornou minha aliada mais inesperada. Em um momento de profunda tristeza, peguei a primeira caneta que encontrei na mesa e comecei a desenhar na parede. Dessas primeiras linhas nasceram as folhas que hoje se tornaram símbolos marcantes do meu trabalho.

Sempre afirmo que a arte tem o poder de salvar vidas; ela me salvou e me mostrou a importância de manter a chama da criatividade sempre acesa dentro de nós. Hoje, em minhas conexões com as pessoas, busco trazer resgate aos sorrisos, iluminar os olhares e fortalecer as relações por meio da arte.

Quais são suas inspirações?
Desde a infância, as árvores têm sido uma constante fonte de inspiração para mim, mas foi em solo africano que encontrei minha verdadeira musa: os imponentes Baobás. Essas árvores são mais do que simples elementos naturais; são verdadeiras fontes de vida para comunidades inteiras, repletas de histórias e lendas que ecoam ao longo dos séculos. Para mim, os Baobás representam não apenas resistência, mas também uma beleza singular e exuberante.

Acredito firmemente na energia única que as árvores irradiam. Minha conexão com elas é marcada por um profundo respeito pela natureza e por tudo que ela nos proporciona. Cada folha, cada galho, cada raiz é uma expressão da grandiosidade e da delicadeza do universo ao nosso redor. As árvores se tornaram não apenas uma fonte de inspiração visual, mas também um lembrete constante da importância de preservarmos e protegermos o nosso ambiente natural. A folha, em particular, se tornou um símbolo essencial em meu trabalho.

Fala um pouco sobre “SOU FOLHA VIVA DO BAOBÁ”.
Acreditar que faço parte de algo maior é o que dá significado à minha existência. Ser uma folha viva do Baobá é mais do que simplesmente pertencer a uma árvore; é sentir a ligação profunda com algo ancestral, repleto de energia e simbolismo. Mesmo quando distante, assim como uma folha que se desprende dos galhos e é levada pelo vento, ela mantém uma conexão com sua árvore-mãe. É essa conexão intrínseca e eterna que nos define.

Como é o seu processo criativo?
Aprendi a valorizar profundamente meu processo criativo. Antes, ficava muito preso a ele em minha mente, mas hoje permito que ele flua naturalmente. Meu processo envolve observar os comportamentos e poses das pessoas e enxergar nelas as árvores; o movimento das folhas, o balanço dos galhos, tudo se torna parte integrante do meu processo criativo para materializar minha identidade artística. Ao assemelhar as formas das árvores com poses humanas, consigo conectar meu olhar de uma forma única e inspiradora, criando assim obras que transmitem uma sensação de vitalidade e movimento.

Quais histórias você quer contar por meio da sua arte?
Eu quero enaltecer a beleza da natureza e mostrar às pessoas que as árvores possuem sentimentos, que elas choram como nós, que precisam de sol como nós e que estamos tão conectados a elas que mal imaginamos.

Em qual superfície você mais gosta de criar? Por quê?
Sempre me permito experimentar diversas superfícies e, é claro, a POSCA me acompanha nessas aventuras. Já experimentei porcelana, madeira, metal, cerâmica, paredes e, no momento, estou mergulhando no universo das telas, e se forem grandes, melhor ainda.

Qual foi o momento mais marcante da sua trajetória com arte?
Conseguir transmitir o poder da arte para minha família foi uma verdadeira transformação. Antes, mal se mencionava conceitos, cores ou técnicas artísticas, mas agora é incrível testemunhar primos, amigos e familiares discutindo sobre minha arte e como ela os conecta de formas diferentes. Essa mudança é simplesmente gratificante demais.

Para acompanhar o Bakari, confira o trabalho do artista em sua rede social @atelie.bakari.