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3 de dezembro, 2021 ARTISTA EM DESTAQUE

Caos organizado

Marcelo Anache usa o seu talento para contar histórias fantásticas com ilustras bem detalhadas. Conversamos com o artista que, além de artes no papel, espalha a sua criatividade em paredes, shapes de skates, tábuas de madeira e muito mais.

Bora entrar no universo desse artista incrível?

 

Quando começou o seu interesse pela arte?

Os desenhos sempre fizeram parte da minha vida. Desde muito pequeno eu já desenhava. Costumava criar personagens, recortar e brincar com eles. Depois, mais velho, já trabalhando com publicidade, foi quando entendi que poderia transformar esses desenhos em minha profissão.

Quais são as suas referências artísticas?

É difícil selecionar apenas algumas referências, eu sigo vários artistas. Cada um por algum detalhe de sua arte. Uns pelo o que trabalham com as cores, outros pelo estilo de traço, outros pela maluquice. Mas é lógico que, dentro de todas as pesquisas que faço, existem alguns artistas dos quais sou muito fã e servem como minhas principais referências.

Dos clássicos, sou muito fã de Salvador Dalí­, principalmente pela loucura dos desenhos dele. Eu tento sempre dar uma pitada de surrealismo nas minhas artes.

Dos mais contemporâneos, gosto muito da Marija Tiurina, do DZO Olivier, do Tri­stan Eaton e do Kerby Rosanes. Esses artistas possuem estilos de arte que posso dizer que são “primos” do meu estilo. Cada um tem a sua particularidade. Acho muito enriquecedor pesquisá-los e de alguma maneira tentar trazer para os meus desenhos essas novas maneiras de enxergar a arte.

 

Sua arte fala sobre o quê?

Eu gosto de dizer que meus desenhos contam histórias. São exclusivos. Não existe uma ilustração igual a outra, tudo é personalizado. Costumo definir o meu estilo de ilustração como um “Caos Organizado”. Uma arte onde eu pego um tema ou um briefing e tento explorar essa ideia ao máximo, misturando várias ideias, elementos, detalhes e personagens. Sempre buscando conexões inusitadas.

Pra mim, quanto mais fora do comum for a mistura de elementos na arte, melhor. Os clientes me procuram porque querem, de uma maneira inusitada, contar suas histórias, reproduzir suas lembranças; no caso de empresas, querem um desenho que mostre suas qualidades, seu ramo de atuação, uma arte que inspire seus funcionários. O propósito da minha arte é contar essas histórias e deixar os donos delas felizes. O mais legal é ouvir das pessoas que sempre que olham para meus desenhos, enxergam um detalhe novo que não haviam visto antes.

Você trabalha em muitas superfícies, né? (tecido, parede, shape etc.) Existe alguma que você se sente mais confortável para criar?

A cada nova superfície vem um novo desafio. Todo o processo de ter que se adaptar, mudar a maneira de pensar e rever os processos é muito enriquecedor. Eu gosto muito das paredes, mas não quero me prender a somente um local para desenhar. Todo novo projeto é bem-vindo.

 

De onde vem a inspiração?

Tudo me inspira. Cinema, comic books, natureza, viagens etc. Como meu estilo de ilustração é formado por uma mistura de vários elementos e personagens, tudo vale.

 

Quer deixar um recado pra galera que acompanha a POSCA?

Para viver de arte não basta apenas gostar de desenhar. Se você quiser que seus desenhos sejam mais que um hobby, precisa se dedicar e correr atrás. Vão ter dias difíceis, dias de bloqueio, desânimo, falta de trabalho, falta de tempo, cliente que não te valoriza, mas, independentemente de qualquer coisa que aconteça, o importante é focar nos seus sonhos e objetivos. Uma hora a coisa acontece.

As únicas coisas que você tem sempre que fazer é soltar sua criatividade sem medo e, principalmente, praticar. Com a prática tudo se torna mais leve e, a partir daí, é só curtir o processo e se divertir.

 

Quer conhecer mais sobre o artista? Cola no insta do Marcelo: instagram.com/marceloanache/