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18 de agosto, 2023 ARTISTA EM DESTAQUE

Em realidades paralelas

 

A cada arte que se cria, o mundo se expande. Foi em meio a essas expansões que a gente conheceu o trampo do Guilherme Manzi no Instagram.

Com um estilo único e expressivo, suas criações vão além dos limites tradicionais da arte, provocando questionamentos na gente. Em uma conversa on-line com o artista, exploramos as origens de sua criatividade, as influências e os temas que mais movimentam suas obras.

Bora com a gente conhecer a história do Manzi?

De onde surgiu o seu gosto pela arte?

Sempre “desenhei”. Hoje eu chamo de ilustração, mas é algo que faço desde criança mesmo. Meus pais notaram e incentivaram, então acabei fazendo um ou outro curso de pintura, desenho livre, design gráfico. Mas, nunca fui um teórico nem um técnico. Estou sempre testando e experimentando técnicas.

Como você descreveria o estilo do seu trampo? 

É difícil descrever o próprio trabalho, já tentei fazer isso em algumas bios. Eu diria que sou um artista gráfico multidisciplinar. Mas, como isso não quer dizer muita coisa, prefiro falar das minhas referências mais pra frente.

 

 

De onde vem a inspiração para criar?

Esteticamente, eu tenho muita base em elementos de cultura pop, como histórias em quadrinhos. Sempre fui fã de quadrinistas mais autorais, como Moebius, Charles Burns e Daniel Clowes. Mas, além disso, por causa da profissão que eu exerço como designer também, eu acabo tendo muita influência em formas minimalistas, geométricas e gráficas. Gosto muito de ler e estudar design, acho que é uma das coisas que mais influenciam no meu trabalho artístico autoral.

Como temática, eu acabo sempre indo para interpretações surrealistas de temas rotineiros. Gosto muito de ficção científica e realidades paralelas. Então, eu misturo tudo isso com coisas triviais, como insetos, plantas e pessoas e crio meu próprio universo. Sempre com um tom mais irônico e humor ácido.

Quais materiais e técnicas você mais curte usar no seu processo de criação?

Sempre fui um cara do papel e da caneta. Depois, trabalhando com design e direção de arte, fui pra ilustração digital, animação e fiquei muito tempo nisso. Mas, eu percebi que não era só com o meio digital que eu conseguia expressar o que eu faço e senti falta da característica incerta e orgânica do trabalho. Hoje, eu pinto e desenho muito mais em papel, telas, madeira etc. E misturo tudo quanto é técnica (como eu disse, não tenho muita base teórica), juntando tinta acrílica com caneta POSCA, lápis de cera, spray e tudo que aparecer!

 

 

Como você lida com o bloqueio criativo?

Acho que são fases. Tem épocas que eu estou muito mais criativo e vou “anotando” em rascunhos qualquer ideia que eu tenha pra depois reproduzir em uma escala maior e do jeito que eu quero. Mas, tem muitas vezes também que eu me sinto pressionado (por mim mesmo) a produzir algo e não rola. Não rende, não fica legal, não vem ideia nenhuma. É bem frustrante e, não vou mentir, isso influencia no meu humor e no meu dia. Principalmente quando a gente junta isso com o problema da comparação com outros artistas. Mas, o que eu tento absorver é que esse é um fenômeno pelo qual todo mundo passa e não deve ser um peso. Todo bloqueio tem um fim.

Quais dicas você daria pra quem tá começando a trampar com arte?

De cara, eu diria pra você se cercar de influências e referências que você gosta. Meu Instagram, por exemplo, tem 80% de ilustradores, artistas, filmes e temáticas que me inspiram. Investir nisso é importante, ir a exposições, comprar quadrinhos, comprar arte de outros artistas independentes, falar com pessoas do meio… Tudo isso é inspirador e move a gente pra um estado de produtividade. O principal é produzir!

A arte do Manzi não termina por aqui. Corre lá no Instagram e acompanhe o trampo do artista: instagram.com/manzinador/!