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15 de julho, 2022 ARTISTA EM DESTAQUE

Mão na cabeça e skate no pé

Alguns falam que ela surgiu lá no cubismo, outros falam que ela já existia há muito tempo. O fato é que a arte da colagem perdura até hoje, espalhando beleza e despertando interpretações diferentes por onde passa. A Laura Dias, entrevistada POSCA dessa semana, é colagista e contou pra gente como rolou essa paixão, quais são os seus caminhos no universo da criatividade e como arte e esporte estão mais próximos do que a gente imagina.

Quando você se interessou pela arte? Como foi esse encontro?

Esse encontro foi quando eu era bem pequena, quando vi que eu me interessava muito pelas aulas de artes na escola. Sempre me envolvi com arte de alguma forma, seja dançando, fotografando etc. Acredito que me encontrar na colagem foi como encontrar uma outra versão artística da Laura que eu não sabia. E foi lindo esse encontro.

 

De onde surgiu a sua paixão pelo skate?

Ando de skate desde pequena, meu pai sempre me incentivou e ganhei meu primeiro com uns 10 anos de idade. O skate, pra mim, nunca vai perder essa essência.

 

Skate e arte têm algo em comum? 

Skate e arte são criativos por si só. Quando mandamos uma manobra de skate em um pico de rua, quando montamos uma linha pra mandar no bowl, tudo isso é criação. Da mesma forma quando estou criando uma colagem, tem riscos, possibilidades, acertos, erros. A semelhança é gigante, skate é arte e arte é sentir.

As suas colagens falam do que?

As minhas colagens retratam o quanto o skate é infinito em possibilidades, ainda mais em uma folha em branco quando eu recorto e colo. Gosto de levar o skate para outro espaço através da colagem, colocando elementos que me representam e manifestam o que transbordo, como mar, sol, tons de azul e verde-água, minha paixãozinha por janela, arquitetura etc.

 

E como é o seu processo criativo?

Costumo falar que tenho um superpoder de fazer colagens. Quando penso em uma ideia, os elementos começam a se organizar na minha própria cabeça, já vou pensando em várias formas de manifestar aquilo, tipo um quebra-cabeça mesmo. Falando de modo geral, não falta música nos meus processos e rola muita bagunça em meio aos papéis. Sinto que se eu não bagunçar, não sai nada.

 

De onde vem tanta inspiração?

Vem muito de ver as pessoas que admiram minha arte, de saber que tenho uma voz importante pra usar através das colagens. Vem também de saber que as artes são uma representação do que sinto, que ao produzir algo deixo transbordar tudo o que existe em mim. Vem de viagens e experiências vividas, de artistas que admiro também. De tudo um pouco que soma.

 

Como você enfrenta o bloqueio criativo?

Eu enfrento o bloqueio criativo respeitando meu próprio interior. Se naquele dia que estou tentando criar não está saindo nada, é bem provável que seja um motivo maior e que preciso entender e respeitar. Quando digo isso, é sobre dar uma pausa, deixar pra outro dia, saber que vai sair naturalmente de uma outra forma. Tem vezes, quando é um projeto que preciso entregar, algo que realmente precisa ser feito: gosto de buscar inspirações, colocar um som e não colocar muita pressão pra sair mais natural e leve.

 

Para conhecer mais sobre a artista, corre no Instagram dela: instagram.com/lauradiasl/